Tenho na mente alguns dias já bastante distantes em que ter um HTC era ter um Android. Todas as outras marcas se mantinham ainda a longa distância em termos de design, capacidade e simples experiência de utilização. Em cinco anos, a HTC passou de gigante do Android a marca menor a lutar pela sobrevivência, e não parece que seja o HTC U12 Life a alterar essa situação.

Tenho mostrado uma dose desmedida de confiança no regresso da HTC inúmeras vezes, desde a sua aquisição parcial pela Google, até à confiança no HTC U11 Plus, embora tivesse os meus momentos de dúvida. Ora, a mais recente aparição do HTC U12 Life deixou-me num tal momento de dúvida, olhando para o que poderá ser o filho bastardo do iPhone e do Google Pixel Original.

Por um lado (e tudo no painel traseiro, claro) temos as câmaras duplas arranjadas na vertical que são tão características do iPhone X, mas também o painel traseiro bicolor do Pixel original e que retornará nos Pixel 3 embora com alguns detalhes alterados, como o arredondar das margens na zona de transição. À frente, o ecrã é mais semelhante ao que observamos na segunda geração Pixel, com rebordos reduzidos, mas ainda assim generosos, particularmente nas laterais. Tudo indica que este painel será de 6 polegadas com proporções 18:9 e resolução 2160 x 1080.

Esperem um smartphone sólido e com boas características: esse não é o meu problema. Os rumores disponíveis apontam para a presença a bordo do Snapdragon 636, com 4GB de RAM e 64GB de armazenamento interno, enquanto as câmaras principais serão uma parelha de 16MP+5MP, com uma câmara de 13MP à frente.

É possível que tenhamos um amplo conjunto de funcionalidades a bordo, como Edge Sense ou a tecnologia USonic, e com isto tudo o HTC U 12 Life será um muito capaz dispositivo de gama média.

Mas, já não nos bastam as inúmeras cópias estéticas do iPhone e temos agora que ver um filho bastardo da Apple e Google? A divisão da HTC deveria de algum modo ter criado a oportunidade para a marca de Taiwan se diversificar e recriar a sua identidade, quando este dispositivo será afinal muito semelhante ao Pixel 3 do ponto de vista estético. Poderia dizer que mais vale colar-se a um design raro que ao que já todos fazem, mas a desculpa não pega numa altura em que já demasiadas marcas vão pelo caminho mais fácil.

A HTC pode e deveria ter feito melhor.

 

 

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