A Huawei há muito que deixou para trás a sua natureza de fabricante Chinês. Mantido esse ethos, a Huawei é hoje em dia uma marca global de pleno direito cujos interesses não se ficam pelos smartphones. De facto, podemos dizer que o core business da Huawei são mesmo as infraestruturas de rede. Existe no entanto uma nova área de negócio a que a Huawei quer deitar a mão já em 2018 no mercado Europeu, com a abertura da sua AppStore e de um serviço de streaming de vídeo.

Walter Ji, presidente do Consumer Business Group, Huawei Western Europe, compara a chegada destes serviços à antiga Rota da Seda, que uniu a China à Europa durante séculos, graças ao comércio da seda e que fomentou o desenvolvimento económico em ambos os extremos da rota.

É uma situação regular que os dispositivos Chineses tenham os seus próprios serviços de apps no seu mercado interno, em boa medida porque os Google Play Services estiveram diversos anos ausentes da China para regressar apenas em 2016, mas também porque muitas marcas Chinesas recorrem a forks do Android e não parte do Google Mobile Services. Este serviço da Google requer que as marcas que utilizem o Android instalem de raiz nos seus equipamentos os serviços da Google, e requerem uma certificação de cada dispositivo por parte da Google.

Bom, a verdade é que a Huawei já tem a sua própria AppStore e está pronta para a trazer para a Europa já em 2018 a bordo dos dispositivos Huawei e Honor. Entretanto, o serviço de vídeo deverá ter conteúdos locais e incluirá séries e filmes.

Este é mais um passo na afirmação da Huawei como um nome global, mas igualmente um passo na direcção de maior independência face à Google. Esta última sempre se opôs à fragmentação do espaço Android, mas desde há vários anos que o mundo tecnológico fala no desejo de alguns fabricantes de possuírem maior margem de manobra, chegando a falar-se mesmo em sistemas operativos próprios.

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