Todos crescemos ao som do Rambo a matar hordas de soldados soviéticos armados de Kalashnikov, AK-47 ou um dos muitos sub-modelos que não conseguimos uns dos outros. O termo Kalashnikov tornou-se simbólico da Guerra Fria e das guerras civis no Terceiro Mundo. Mas devemos estar mesmo perto do dia em que a Skynet se torna auto consciente, porque a Kalashnikov decidiu ser uma boa ideia criar um robô armado até aos dentes e equipado com inteligência artificial!

Os adversários do Rambo (ou de Chris Taylor, se quisermos uma referência cultural quiçá mais erudita) nunca foram particularmente brilhantes, ao ponto de serem praticamente descartáveis e empilháveis em piras funerárias só comparáveis à dimensão dos heróis da cultura militarista Norte-Americana. A Kalashnikov recebeu por isso uma conotação negativa, só comparável à dos blasters dos Storm Troopers, mas agora o fabricante Russo está a desenvolver um robô capaz de tomar decisões autónomas sobre quando e como abrir fogo no campo de batalha.

Se a Kalashnikov tiver sucesso, os futuros campos de batalha poderão não pertencer a patriotas e idealistas, mas a máquinas frias de ética questionável. O seu equipamento recorre a uma metralhadora PKTM de calibre 7.62 acoplada a uma câmara com o que o robô deverá estudar o terreno e seleccionar os alvos sobre os quais deve ou não abrir fogo, recorrendo a tecnologias de redes neurais.

Obviamente que a história nos mostra que o ser humano comete erros e a teoria é que o exterminador da Kalashnikov será capaz de minorar as baixas civis ou os erros por fogo amigável, excepto que é difícil tirar da equação o erro humano quando mesmo o melhor algoritmo de aprendizagem artificial será programado por um ser humano. E este problema é mais profundo do que um aspirador a evitar um obstáculo: se um robô confunde o autocarro de um rancho folclórico com um veículo carregado de soldados inimigos, as festas da santa terrinha terão de ser canceladas. Lá está: é um erro que os humanos cometeram frequentemente no passado.

A Kalashnikov tem-se especializado na produção de sistemas de armas autónomos, incluindo veículos de combate telecomandados, como o BAS-01G BM Soratnik (“camarada de armas”) que o fabricante apresentou no final de 2016. Este será eventualmente um candidato ideal para este robô de combate munido de inteligência artificial, e se o projecto chegar à fase de operações, esqueçam o Ed 209: com a PKTM a ter um alcance superior a 1Km, este é um robô de quem nem o Rambo vai querer aproximar-se.

 

 

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