Confrontadas com problemas, as empresas podem procurar dourar a faneca, por assim dizer, mas a Huawei revelou agora o que prevê serem os resultados do mal-informado embargo da administração Trump aos seus equipamentos. O embargo, lembro, não incide sobre smartphones, mas sobre todas as áreas da actividade da marca, dos servidores às redes 5G, tanto no campo do hardware, quanto no campo do software. Inclusivamente, a Huawei foi vedada à participação em organizações em teoria neutras, como o IEEE.

A Huawei, pela sua dimensão e bom nome no mercado, tem encarado o embargo com uma boa dose de sangue frio, mas os resultados impactados eram expectáveis. Segundo o próprio Ren Zhengfei, a marca já não atingirá os objectivos que tinha traçado para si este ano, incluindo ultrapassar a Samsung em equipamentos móveis vendidos, declaração feita durante uma discussão aberta em Shenzhen:

Em termos práticos, a quebra para a venda de dispositivos móveis por parte da Huawei está prevista em cerca de 40% face às previsões anteriores. Mas há um lado inverso, que passa pelo aumento das vendas na China em 50%, uma espécie de patriotismo a conduzir este mercado, talvez.

Entretanto, a Huawei espera recuperar em 2020, sendo quiçá que na sua mente está a possibilidade de um novo sistema operativo que fará a Huawei limitar a sua dependência da Google, e que poderá ter o apoio de outras empresas, pouco interessadas em se encontrarem nas mãos de Trump. O cenário não é animador para nenhuma empresa Americana, também, já que não será impossível que os seus principais clientes Chineses desenhem novos componentes sem dependência Americana, causando danos sérios à economia dos EUA.

Devemos deixar de comprar Huawei?

Independentemente de todas as garantias dadas pela Huawei, e de um apoio certamente visível por parte dos utilizadores, as vendas da Huawei têm sofrido e continuarão a sofrer, mas vale a pena entrar em pânico?

Com a moratória até 19 de Agosto, os Huawei continuarão a receber actualizações e a acordar com empresas Americanas o fornecimento de componentes e outros detalhes. Os equipamentos já em desenvolvimento estão praticamente assegurados e é certo que neste momento não existem reais razões para deixarmos de comprar um Huawei, continuando os dispositivos a ser completamente funcionais no futuro previsível. A Huawei tem, de resto a EMUI 10 em desenvolvimento com base no Android Q, e uma lista inicial de dispositivos que se actualizarão já foi, entretanto, revelada.

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