O mundo dos smartphones move-se a um passo implacável e, anualmente, as marcas de smartphones fazem o seu melhor para nos fazer mudar de smartphone. Muitos utilizadores já aguentam um smartphone por dois anos ou mais, sendo o seu suporte ao longo deste período de tempo um argumento para a compra que os utilizadores mais exigentes levam em consideração. Nenhuma marca escapa a este infernal ciclo de renovação dos seus portefólios, sob pena de rapidamente se fazer derrotar num mercado impiedoso. Não é diferente no caso da BlackBerry Mobile, que lançou o primeiro KEYone em 2017 e em 2018 o seguiu com o Key2 profundamente melhorado. Seria de pensar que estou totalmente rendido ao Key2, mesmo ao Key2 LE, aos quais já teci inúmeros elogios. Mas o KEYone está longe de se dar por derrotado, e percebo isso sempre que volto a utilizá-lo.
É uma mistura entre feeling e performance, mas o KEYone parece-me tão capaz quanto sempre. Tenho na minha posse tanto o KEYone Silver, quanto o KEYone Black Edition, e é para este que pende a minha preferência: o Black Edition mobiliza o mesmo Snapdragon 625, mas com 4GB de RAM e 64GB de armazenamento interno, o que lhe dá muito mais folga para trabalhar.
Sem perder performance em dois anos
É um dado adquirido dos smartphones Android que, ao fim de algum tempo, começam a ficar mais lentos. É por um lado o produto de inúmeras actualizações e correcções, por outro o produto de utilizarmos o smartphone como um campo de testes de todas as aplicações que instalamos e desinstalamos sem grande consideração.
Mas, com uma utilização focada nas apps de produtividade, o KEYone é para mim uma ferramenta de trabalho e mantenho-o religiosamente actualizado, tanto quanto aos patches de segurança, quanto às versões Beta das aplicações BlackBerry. O resultado é impecável, já que continuo a ter uma boa performance, sem lag, apesar de ano e meio de utilização mais ou menos regular.
Atualizações de segurança acima da média
Entretanto, graças à política de actualizações da BlackBerry Mobile por um lado, e da própria BlackBerry por outro, o KEYone continua a ter as mais recentes funcionalidades de todas as apps, e a protecção do sistema está na dianteira do ecossistema Android.
Neste momento ainda não temos o patch de segurança de Junho, mas ele já mostrou existir em alguns operadores. Isto dois anos e alguns meses desde o lançamento.
Funcionalidades a crescer
A Tarefas BlackBerry (ou BlackBerry Tasks) é a app que mais utilizo, a par da Inbox do Hub. É difícil acreditar que este equipamento leva 2 anos e um par de meses, e a verdade é que, quanto às apps, as funcionalidades têm vindo a crescer, pelo que a idade fica escondida à medida que vamos precisando de fazer mais coisas e o KEYone continua a cumpri-las fielmente.
A prática de actualizar as apps em separado do sistema operativo não é única no mercado mobile, mas a BlackBerry parece ter maior consideração pela necessidade de aumentar a utilidade das apps, em vez de cortar arestas para ter menos trabalho. A comunidade é muito activa e reporta ocorrências, com o resultado de que as apps lançam correcções de modo bastante frequente. Mas também lançam novas funcionalidades e melhorias, podendo eu dizer que aplicações como a Inbox ou o Hub no geral me trazem hoje mais satisfação do que há um ou dois anos.
Muitas das actualizações do Key2 chegam também ao KEYone, por exemplo a implementação da possibilidade de ajustar a luminosidade do teclado em função da luz ambiente. Em termos de funcionalidades, o KEYone é neste momento claramente um KEYone 2.0.
Um núcleo duro de talentos por superar
Como um dos poucos smartphones com teclado no mercado o BlackBerry KEYone permanece uma opção para quem quer usufruir de um teclado físico com navegação por gestos e um conjunto de opções líderes de mercado. Teclar com este teclado é rápido, certeiro e permite fazer mais sem tantas gralhas ortográficas.
Ao escrever estas linhas no KEYone, é inegável que, em muitos aspectos, os teclados dos Key2 são superiores em feedback tátil e espaço para os dedos. Mas, a um preço significativamente inferior, o BlackBerry KEYone pode ser atraente para muitos. Apesar de mais leve e espaçoso, o teclado do Key2 LE não suporta gestos e, nesse sentido o teclado original do KEYone supera-o, principalmente para navegação no telemóvel e em aplicações.
As restantes capacidades do KEYone ainda me merecem grande respeito. Continuo um fã da câmara fotográfica e dos seus comandos, da qualidade do ecrã, e da grande resistência do terminal a embates e acidentes. Acima de tudo, a sensação tátil continua única e inconfundível.
Conclusão
O BlackBerry Key2 é o meu favorito dos Key, mas mantenho o KEYone religiosamente atualizado e funcional. Faço-o porque sei que, ao contrário de muitos outros smartphones, este recebe funcionalidades constantemente. Por isso, aproveito e utilizo-o frequentemente para compor documentos, quando por alguma razão simplesmente me apetece.
Apetece porque continua a dar-me gozo este smartphone e, dois anos de atualizações depois, o KEYone não ficou obsoleto. A sua longevidade é impressionante e a durabilidade também. Há poucos smartphones deste calibre.