No mundo dos smartphones, a independência é suprema. A aquisição de componentes a OEM pode ser mais barata face ao fabrico próprio, mas esta última opção garante o acesso a componentes sobre os quais a marca tem maior controlo e prioridade.
Portanto, o desenvolvimento do Pinecone já tem pelo menos um ano em cima, desde que os primeiros rumores surgiram na Internet. Mas, para sermos claros, parece que o nome Pinecone se refere a pelo menos dois processadores bem distintos.
É algo que faz sentido: a Xiaomi não se inclinaria certamente à possibilidade de jogar tudo num único processador apenas.
Então, chegamos ao primeiro Pinecone, o Pinecone V670, que será um octa-core com oito núcleos Cortex-A53. São dados que o colocam a par de chips como o Snapdragon 808, para todos os efeitos um processador com duas gerações em cima.
O Pinecone V670 utilizará ainda uma litografia de 28nm. Mais uma vez, é uma característica desfasada da realidade de 2017. Por outro lado, se bem que será um processador pouco simpático para a bateria, o método de fabrico é económico e, nesta fase, praticamente sem problemas.
Para a Xiaomi, o Pinecone V670 será um processador barato e fácil de produzir em quantidade e qualidade, por um preço que permitirá equipar dispositivos com excelente relação preço-performance.
O Pinecone V670 será então a opção segura.
Mas a Xiaomi quer impressionar e apostar a sério na gama alta. É aqui que entra o Xiaomi Pinecone V970.
O debate tem continuado ao longo dos últimos dias, quanto ao Mobile World Congress em Barcelona. O facto marcante deste evento é que nenhuma marca deverá lançar um flagship com Snapdragon 835, depois da Samsung ter açambarcado a totalidade da produção inicial.
Numa jogada de mestre, o gigante Coreano garantiu que nenhum concorrente teria um smartphone com performance comparável à do Galaxy S8.
A Xiaomi não quer cair nessa esparrela: o Xiaomi Pinecone V970 irá embater no Snapdragon 835 como um defesa no rugby, ou assim a Xiaomi espera.
Fala-se de um processador de topo, com um núcleo de quatro Cortex-A53 e um núcleo superior de Cortex-A73 fabricados em litografia de 10nm. A gráfica será a potente Mali G71 MP12 que já encontramos no Huawei Mate 9, e que é a melhor gráfica alguma vez concebida pela ARM.
Se estes processadores tiverem sucesso, é possível que sejam confirmados em breve, e os próximos flagships da Xiaomi sejam com eles equipados. Se a marca conseguir fazer o mesmo brilharete que a Huawei tem vindo a fazer com processadores cada vez melhores, a Qualcomm pode ter concorrência séria.
E tudo será para benefício do consumidor.
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