O mercado de smartphones de 2017 certificou-se que o trigo se separaria do joio, e os melhores smartphones de 2017 poderiam parecer óbvios mas, por diversos motivos, há uma grande panóplia de dispositivos lançados em 2017 que ficaram algo esquecidos, ou não receberam o mérito merecido, certamente não fruto das suas fraquezas ou de defeitos profundos. Lançados com pouco sentido de oportunidade, com marketing menos eficiente ou opções menos mainstream, muitos smartphones excepcionais ficaram algo esquecidos neste ano de 2017. Estes são esses smartphones.

BlackBerry KEYone

Depois de anos de decadência e uma transição do segmento de hardware para a TCL, a BlacBerry deu finalmente sinais de vitalidade em 2017 com alguns lançamentos interessantes, especificamente o BlackBerry KEYone que introduziu um teclado físico que parece um regresso ao passado. Mas não é. Fora a resposta táctil única, o teclado da BlackBerry é excepcionalmente implementado, com inúmeras funções e maleabilidade. Se o KEYone não é mais louvado é por ser um equipamento de gama intermédia de uma marca habituada ao prestigio. Mas o KEYone não quis nunca ser um equipamento de gama alta excepto num número inigualável de serviços que oferece e, graças ao teclado físico e apps exclusivas, tornou-se o meu smartphone favorito para trabalhar.

Uma mais-valia é certamente a bateria: nenhum outro smartphone de 2017 pode competir com a sua disponibilidade sob pressão intensa. Quem desconfia do teclado físico simplesmente nunca o utilizou e bastarão alguns minutos para se deixar convencer pelas oportunidades que oferece. Sem esquecer que, com o KEYone temos acesso a uma suite de ferramentas BlackBerry exclusivas. Finalmente, o look é absolutamente distinto e não se confunde com nenhum concorrente, nem nos deixa indiferentes.

LG G6

Com um processador de 2016 e um design que não se presta ser mostrado facilmente em fotografia, o LG G6 acabou por ficar algo relegado para um papel secundário, face aos seus maiores concorrentes da Samsung. No entanto, foi o primeiro smartphone de topo em 2017 a surgir com ecrã 18:9, bezel-less e suporte HDR. Portanto, perfeitamente inovador. O ecrã é soberbo para multimédia, e as duas câmaras têm uma performance muito apreciável, com a ultragrande angular a destacar-se para a fotografia de paisagem.

O seu maior calcanhar de Aquiles é mesmo a bateria com tendência para ficar pelo meio do dia, enquanto a conectividade LTE do Snapdragon 821 não chega à do seu sucessor. Face aos flagships de 2017 fica a perder em alguns aspectos, mas a combinação de hardware avançado e um preço acessível fazem deste o flagship mais económico de 2017.

Sony Xperia XZ Premium

Espelhado e performante, o Sony Xperia XZ Premium foi uma presa da má fase que a Sony ainda se encontra a passar, com uma certa depreciação do seu nome face à emergente concorrência Chinesa. Mas, armado com um potente Snapdragon 835, uma câmara muito capaz, e uma construção sublime, o Sony Xperia XZ Premium simplesmente cumpre as nossas expectativas e excede-as. Não só a sua potência é notória em qualquer actividade, como o ecrã 4K é impressionante para mostrar fotografias e multimédia de alta resolução. Podemos depois falar da sua câmara com câmara lenta a 960fps que nos oferece alguns efeitos únicos. No entanto, um aspecto distinto que me agrada particularmente é o áudio estéreo frontal, um dos poucos flagships do ano a chegarem ao mercado com esta opção que deveria ser obrigatória em qualquer topo de gama.

 

Ao lhe juntarmos os já renomados algoritmos de melhoria de áudio da Sony, e a capacidade única de transmissão de áudio de alta resolução via Bluetooth, mais o cancelamento de ruído com auscultadores compatíveis, nenhum outro smartphone é capaz da sua performance áudio na gama alta. Podemos não gostar das suas opções de design, mas do ponto de vista prático, este é um dos meus favoritos do ano.

HTC U11 Plus

Demasiado tarde, demasiado pouco, bem poderia ser a definição pura do que aconteceu com o HTC U11 Plus, oficializado em Novembro como uma evolução do HTC U11. O Plus é tudo o que este seu irmão mais velho deveria ter sido, e mais do que são muitos dos seus concorrentes, mas dois meses depois da sua oficialização parece que mal se fala, culpa do usual falta de agressividade do marketing da HTC e do timing miserável que colocou o lançamento após todos os seus concorrentes directos, mas praticamente em cima do do fabuloso Huawei Mate 10 que o abafou por completo.

Mas o HTC U11 Plus merecia inquestionavelmente mais, com tanto para dar, esquecendo o Snapdragon 835 e o ecrã de 6 polegadas 18:9 com HDR10 prometido. Há bem mais ali, incluindo um soberbo (no papel) sistema de som com altifalantes estéreo com subwoofer para os graves e tecnologia USonic para calibrar o som em função dos nossos ouvidos. O HTC U11 Plus inclui ainda o Edge Sense, sistema que permite invocar apps e acções com pressão nas laterais, uma das ideias mais fantasticamente simples do ano.

Nokia 8

Antes de pegar num e de andar com ele mais de um mês, o Nokia 8 não me impressionou particularmente, com o seu design herdado do Nokia 5, sem modernidades visíveis como alguns dos seus principais concorrentes. Nas conversas com colegas bloggers, diversos expressaram alguma apatia de sensações face ao flagship Nokia para 2017. Mas o Nokia 8 é um feito admirável: houve momentos em que não acreditei que fosse existir.

Eis que chega a startup HMD Global e se propõe em colocar no mercado um smartphone com o melhor processador do ano. Era uma aposta arriscada e uma proeza técnica difícil que a HMD simplesmente conseguiu superar.

O Nokia 8 tem bom design, boa construção e as actualizações constantes e o facto de ser um dos primeiros a chegar ao Android Oreo são apenas mais pormenores que mostram como o dispositivo incorpora o verdadeiro compromisso da HMD com a sua herança e com os seus utilizadores. O Nokia 8 é o primeiro smartphone (razoavelmente) ocidental a perceber a filosofia Chinesa de dar flagships a preços acessíveis, uma filosofia que se Microsoft e Nokia tivessem percebido há cinco anos atrás (elas e outras empresas) não teriam ido ao charco.

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